3 de dez. de 2008

Fim.

Seria mais fácil fechar os olhos para não ver você sair. Mas quem disse que seria fácil? Quem foi que me disse que eu poderia fechar os olhos e seguir? Quem foi?
A partida tem o tom da partilha, leva o que é seu. Será pior quando eu acordar e logo ver sua roupa pelo chão, como sempre ficava; ainda por que é bem possível que eu mesma abra seu armário quando você não estiver, pegue sua camiseta branca, sua cueca e jogue no chão, só pra ter sensação de ver suas roupas desvendando nosso amor, que já não existe.
O pior é me iludir, me enganar.
Por que será que a vida caminha diferente para nós dois, se o caminho da vida é a morte e com certeza você também morrerá?
Já não importa. A vida seguirá seu caminho inexorável até o fim e no fim não se sabe pra onde ir.
Você me disse que eu não sigo, que não caminho, que não faço, que não projeto, mas na verdade não se é de planejar o viver e você sempre soube: viver é de levantar e de cair; tropeçar e re-erguer. De sorrir. De morrer.
Vou fechar os olhos e não ver você sair. De mim.