24 de jul. de 2008

Calma.

Todos os dias, no mesmo lugar, as árvores olham todo o dia passar. Numa ilha entre duas mãos de uma avenida, as árvores ficam altas e imóveis. Essa paz julga constantemente a correria dos carros, de um lado e do outro, passando velozes, atravessando cruzamentos, lutando contra o tempo. As árvores não lutam contra o tempo. Elas o aceitam e o acolhem dentro de seus troncos que, a cada tempo, ficam mais grossos, fortes e sustentados.
Motos, carros e caminhões se apressam enquanto no alto poucas folhas se mexem, e se se mexem, é por que dançam conforme o vento. Não o ventinho criado por carros velozes, mas o vento de verdade, aquele que já não se conhece o cheiro.
Mas esse texto não tem mais motivo de ser, pois eu soube que o prefeito retirará essa ilha de árvores para fazer mais uma psita na avenida.
Não há lugar para calmaria nessa cidade.

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